sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

COLUNA DE CARLOS JOSIAS


AS RAZÕES DE PEDRO RUAS - O OLÍMPICO E SUA IMPLOSÃO, CONSEQUENCIAS E O TOMBAMENTO


Recpciono email do Vereador Pedro Ruas com um arrozado de suas razões sobre a questão tombamento do Olímpico. Não entro no mérito nem opino sobre as razões expostas. Abro espaço para que ele informe suas motivações e deixo aos amigos que reflitam e as analisem tirando suas próprias conclusões.



O OLÍMPICO DEVE SER PRESERVADO?


O debate sobre a preservação do Estádio Olímpico tem mobilizado uma parte da opinião pública, lamentavelmente somente a que mais acompanha futebol.

O tema, porém, é bem mais importante do que o simples debate esportivo, por mais relevância que tenha o futebol em nossa sociedade. Na verdade, o inverso da preservação do estádio é o grande problema, ou seja, sua destruição e, particularmente, a forma através da qual isso ocorreria, posto que se trata da implosão do prédio.

É muito provável que a sociedade nem perceba, ainda, o desastre ambiental que se avizinha. A implosão de um prédio, das proporções do Olímpico Monumental, joga e deixa no ar toneladas de pó de concreto e ferro por muito tempo. Desde as mais singelas complicações respiratórias, decorrentes de questões de alergia, até bronquites e o severo enfisema, passam a ter um agravamento brutal em função da poeira liberada.

E esse problema, que dura meses, não se restringe ao bairro Azenha, que é o mais afetado diretamente. Toda a cidade, com a propagação pelo vento, sentirá esses efeitos danosos. Após – e durante – esse problema gravíssimo, milhares de caçambas terão de ser utilizadas para remoção de um entulho gigantesco que, até agora, ninguém disse para onde irá. Não é dito, também, como nossas águas serão afetadas, sendo certo que o serão, mesmo porque, depois de alguns meses, o pó do concreto baixará para todos os lugares. Não é mencionado, igualmente, como a mobilidade urbana será afetada durante meses a fio, uma vez que ¼ da cidade terá transtornos sérios de trânsito.

Antes, porém, o impacto fortíssimo da implosão acarretará problemas sérios em um raio urbano que pode ir de 5 a Km, ninguém sabe ao certo, com consequências óbvias nas estruturas de incontáveis prédios das regiões atingidas. Serão utilizados mil quilos de dinamite, vale dizer, uma tonelada de explosivo e tudo que lançará no ar, começando pela pólvora.

De qualquer ponto de vista que se analise, uma coisa é certa: Porto Alegre nunca passou por algo parecido. Por isso, o debate precisa ser realizado com seriedade e fora da área meramente futebolística, onde as paixões costumam imperar sobre a racionalidade, restando pouco espaço para pensar a cidade, o meio ambiente e nossas vidas. Além disso, a empresa adquirente pode usar os outros 9 hectares da mesma área para construir seus prédios comerciais e residenciais à vontade.

Preservar o Estádio Olímpico, portanto, é um imperativo de bom senso, de preservação da vida e de respeito à cidadania. Em outro momento, quando tivermos dados que ainda não estão disponibilizados, analisaremos o que representa a construção de vários mega-edifícios no local, suas conseqüências na infra-estrutura de esgoto cloacal e pluvial, além da telefonia e energia elétrica. Tomara que, até lá, o Olímpico ainda exista e a catastrófica implosão tenha ficado no passado.

PEDRO RUAS


@cajosias


4 comentários:

  1. Refletindo. Qto pesa um carro ? 1 tonelada mais ou menos. Qtas toneladas pesa o Olimpico ? Ninguém sabe ou pelo menos eu não sei ! Mas posso imaginar se um carro pesa quase uma tonelada é só comparar o tamanho de um carro com o Olímpico. O tremor de terra não será pouco embora possa não ser tão sentido mas estrago vai haver. A poeira que será projetada não será pouca. Doenças respiratórias e pulmonares não serão poucas ... Outra perguntinha, minha, pessoal ... onde será colocado o entulho do Olimpico ? Mais, o estádio tem 2,5 hectares para uma área de 9,5 logo a OAS mesmo com o Olímpico tem 7,0 hectares para trabalhar...O Marcos Almeida tem um artigo de preservação do Olimpico, que pode ser aproveitado para dezenas de outras coisas, como shopings, salas de cultura, teatro, cinema etc etc .... Há interesses em construções por construtoras poderosas, entre elas uma pertecente a grupo de comunicações que, por sinal, trocou de nome. Pergunto, pasará o projeto na câmara ? O Fortunati, que recebeu considerável auxilio da OAS na sua campanha eleitoral, e já antecipou em programa de rádio que se passar na câmara vetará o projeto teria isenção para debater o tema ? ... Tem muita coisa sobre o tema que carece de reflexão....

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  2. O artigo do Pedro é apenas um pequeno arrazoado. A forma mais detalhada está no projeto, ele apenas publicou um pequeno arrazoado pq não colocaria num artigo os detalhes do projeto que será debatido na casa e no local certos e lá estão, os vereadores, que são as pessoas certas para avaliarem estas questões que dizem com toda a comunidade de P Alegre...por sinal no projeto existem laudos técnicos sobre a matéria ....e é lá, na Cam, PRINCIPALMENTE AO MENOS, que estes dados devem ser examinados ... Qto ao momento, o caso não diz com o G e sim com a OAS e a CIDADE, o momento certo é sempre quando se consegue dados para se debater isto .... o G nada tem a ver com isto, então este momento certo não está mirado no clube, na entidade, e sim na cidade... P Ruas que já não é mais conselheiro do clube, e mesmo que fosse, como vereador tem compromisso com a cidade ... não com a OAS ... Afora isto, se houver gravidade - se houver, o que não sei aqui à distância avaliar - não existe momento certo para ser examinado e evitado ...ou seja, se houver uma catástofre o momento certo não sempre antes dela poder acontecer e então evitá-la ??? Ah pois é !

    Outra coisa...até hoje, como cidadão da cidade e contribuinte, a única coisa que sei é o que EKA diz, ou seja, que a implosão será num dia determinado em março .... Não conheço nenhum laudo que embase qualquer autorização para que a cidade saib...Veja mais
    O seu Felipe da Metrópole, p ex, nada sabe disto como será ou como não será ...tem prédios grudados às costas do campo suplmentar, ninguém sabe nada de nada....ou seja NÃO SABEMOS PORRA NENHUMA DE ABSOLUTAMENTE NADA .... o momento certo ... como diria GERALDO VANDRÉ = quem sabe faz a hora não espera acontecer mas ... meu deus, até ele converteram ... abs

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  3. Caro amigo Josias, houve muitas críticas ao projeto do Pedro Ruas.Porém, ninguém rebateu as questões ambientais levantadas pelo nobre vereador.
    O projeto foi considerado populista e demagógico,ocorre que o próprio Ruas já sabia de antemão que haveria uma forte reação contrária.
    Quem leu o" O Populismo na Política Brasileira", de Francisco Wefort, sabe que não se trata de projeto populista e demagógico.
    Um político que renunciou a uma secretatia de Estado no governo Olívio Dutra( secretaria de Obras), para respeitar às decisões partidárias, pode ser tachado de oportunista?
    Artur Ferreira

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  4. O projeto proopõe tombamento. Em bem tombado não se pode fazer qualquer modificação. O Olímpico se tornaria uma das muitas construçoes que ficam apodrecendo lentamente na cidade. A sua utilização como um estádio municipal para a prática desportiva em geral é inviável economicamente. Seria um elefante branco sugando os parcos recursos públicos. Neste sentido o projeto é demagógico, populista e irresponsável. O que poderia ser feito que seria menos oneroso seria propor tombar a fachada e alguns elementos do estádio (como o campo de jogo, por exemplo, que poderia ser transformado em uma praça, mas em que não seria permitido edificar). Isso impediria a implosão do estádio e permitiria o reaproveitamento da estrutura de outra forma, tal como propõe o Marcos Almeida. Bons exemplos de reutilização de estruturas de edificações para fins distintos não faltam. Aqui em Porto Alegre mesmo temos o Shoppint Total ocupando os antigos prédios da cervejeria Brahma; o Rossi Fiateci que ocupa parte do prédio da antiga fábrica. Em estádio de futebol, há o célebre exemplo do antigo estádio do Arsenal que hoje abriga um condomínio de luxo, mas em que a fachada foi preservada, e a edificação com os partamentos ocupa a estrutura onde eram as arquibancadas e o campo tornou-se área verde e de lazer sem edificações (o sujeito que mora ali deve sentir-se morando dentro do velho estádio mesmo)

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