terça-feira, 9 de outubro de 2012

COLUNA DE CARLOS JOSIAS



HISTÓRIAS E ELEIÇÕES NO GRÊMIO - BASTIDORES - PARTE 4 - A ELEIÇÃO DO CENTENÁRIO

Talvez a mais simples de ser contada e a mais conhecida, se bem que com extrema frequência me deparo, aqui e ali, com uma que outra distorção e uma que outra alteração, âs vezes conveniente para quem conta.
Obino tinha criado Guerrero, como já se viu, mirando o centenário, ou seja, na ocasião opotuna a retribuição viria e Flávio comandaria o clube do grande ano de sua vida ( diria da vida de ambos ....sob a imaginação do criador ). Guerrero, contudo, passou de criado a comandante e estava com o CD recheado de homens de sua confiança, tinha crescido, não seria facilmente domado. E não foi. Mas o Grêmio vivia sob a batuta do Conselho Consultivo, era ele quem mandava e desmandava, ele decidia todos os desígnios do clube quando reunido e saia do seu shofar a ordem indiscutível. Na ocasião havia forte resistência oposicionista a Guerrero cujas contas do ano 2000, em que pese tivessem passado, tiveram, pela primeira vez na história do clube, uma desconfiança tão grande, tão estridente, que 60 conselheiros se levantaram e saíram porta fora em meio à reunião no dia em que restaram aprovadas. Já pairava um déficit violento e se avizinhava anos de vacas magras diante tantos insucessos financeiros e especulações de todas as espécies - o fenômeno ISL apontaria isto logo adiante. Havia uma disposição mais espalhada para que Gurerrero não seguisse seu visível intuito de continuar no cargo, apesar de ter ao seu lado uma base aliada em grande quantidade. Às vésperas do pleito encontrei o Presidente Irany Santana na esquina da Travessa Fco. Leonardo Truda com a Siqueira de Campos. Homem paciente, gentil, sério, íntegro e de um Gremismo intocável. Indaguei, curioso, sobre a situação e imediatamente ´pesquei` que ele era o grande coordenador da derrubada de Guerrero. Não nutria lá grandes simpatias por apoio a alguém especificamente, não demonstrou isto ao menos, mas tinha uma certeza e um papel a cumprir. Guerrero não ! Veio o dia. O CD se reuniu. Sabíamos, todos, que sairia o Presidente da reunião. Havia uma expectativa porque sempre teria possibilidade da surpresa, Guerrero renovando. Não houve. O que aconteceu lá dentro bate com todas as versões que colhi da grande maioria dos presentes e já no dia seguinte. Hélio Dourado fez uma objeção, uma ponderação: sustentou que Flávio Obino seria muito mais útil como legislador do que como executivo. Mas mesmo ele, Dourado, restou ´rendido` e acompanhou o voto dos demais. Paulo Odone chegou atrasado na reunião. Como acontecia, invariavelmente, naqueles tempos em que ele estava longe das coisas do clube e integralmente ocupado com a política partidária. Mas foi ele quem discursou. Um discurso eloquente, como costuma fazer, apaixonado, como de hábito, fluente e impressionante, como sempre cultivou. E por fim chorou copiosamente, derramou lágrimas, como em muitas e muitas vezes.
Estava eleito o homem que comandaria o centenário da nossa maior paixão. 

@cajosias
face
C JOSIAS MENNA OLIVEIRA

4 comentários:

  1. 101 conselheiros votaram no arquivamento do processo contra Guerreiro. Que argumento teria, alguém que ama o nosso tricolor, para justificar tal voto?? Tu jà ouviu os argumentos de alguns desses conselheiros Josias??
    Excelente blog, muito bom ficar conhecendo historias do nosso tricolor através de alguém que presenciou estes momentos.

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  2. Pra NUNCA MAIS esquecer: a lista dos conselheiros do arquivamento do Caso Guerreiro http://gremio100mil.blogspot.com.br/2011/09/lista-dos-conselheiros-do-arquivamento.html …

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  3. Onde estava Koff?

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