COLUNA DE CARLOS JOSIAS

URGE UMA MUDANÇA QUALITATIVA NA FORMA DE SE INFORMAR O FUTEBOL PELA IMPRENSA

O JOGO. A ESTRATÉGIA DO LUXA. O PREPARO E O DESPREPARO.

1. O JOGO. Não foi uma atuação de encher os olhos mas foi um jogo que revelou algumas coisas interessantes. Dever de casa cumprido com goleada mesmo sem fazer um grande jogo é animador, e o Grêmio, se repetindo assim, vai avançando. Alguma coisa neste jogo, contudo, me pareceu melhor do que nos demais. Algumas constatações. Me parece que Bertoglio é mais vertical do que Miralles, e entre os dois, em tendo que escolher um no time, o primeiro me convence mais. Agita mais, é rápido, tem um sentido direto em relação ao gol adversário com velocidade. Agita e mantém a defesa adversária atrás. Gabriel, neste jogo, foi mais positivo e o passe para o gol foi primoroso. Werley está vencendo as desconfianças, e isto é bom, muito bom. Fernando se mantém no nível, afora o fato de ter marcado. Não houve resistência, não houve muitas dificuldades. Mas o time agradou mais. É um ponto e tanto. Show da torcida, normal.

2. A CHINELADA. Luxa deu uma chineladinha num moço jornalista jovem que agiu açodadamente e escorregou nos tt dizendo o que não devia. Que aprenda, é novo, tem futuro, e é esta a hora de entender. Se não perceber a cacaca, seguirá o rumo sem rumo de muitos veteranos na área e ficará à margem do jornalismo mais talentoso de tantos. O episódio tem origem numa suposta rispidez que Luxa teria dispensado a um colega  numa coletiva e que nos tt virou ameaça literal na frase: “ depois toma pau  e cai não sabe por que ” !??? !!!  Dispensável, desnecessário e soa ameaçadora represália. Nos próprios tt veio a cobrança imediata, primeiramente por @lipe_assuncao - seguindo-se outros. O rapaz se atrapalhou todo e adiante disse que não disse o que disse. Parece, contudo, que lhe serviu de lição. Tomara. Profissional novo é assim em qualquer ramo, e, como Atleta, se aprende deslancha, se não se afunda. E também como em qualquer área - tanto como serve para o jogador, como dito - não se deve queimar ninguém por deslize inicial sob pena de se estar prejudicando um futuro, quem sabe, de promissor profissional.

3. A ESTRATÉGIA DO LUXA. O PREPARO E O DESPREPARO. Quase na mesma esteira, virou notícia de comentaristas/analistas a revelada estratégia do técnico que discorreu sobre curso de preparo para relacionamento com a imprensa e motivou sua atitude em jogo passado quando lhe dispararam uma pergunta que ele entendeu inconveniente e devolveu com observação talvez inesperada, mas que encerrou o assunto até porque a retirada do questionador impediu que seguisse em sua ponderação. Alguns criticaram. Pois  antes de censurarem a estratégia deveriam refletir mais sobre ela. Eu diria o seguinte: seria interessante, muito - além de alavancar a qualidade - que os iniciantes na reportagem também se preparassem melhor para as indagações de uma coletiva. É temerário receber o diploma, e sem muito treinamento empunhar um microfone e ir à luta perguntando muitas das vezes de forma afoita. Nas coletivas se percebe não raras vezes o despreparo de parte da reportagem quanto a alguns - especialmente os mais novos, claro -  tanto quanto à forma provocativa e frequentemente perseguindo a intriga, por outros, mais veteranos. Nota-se com extrema frequencia, por exemplo, a repetição das mesmas perguntas com outras palavras para assuntos já esgotados. Isto é enfadonho e também impróprio. Despreparo. Nota-se, por igual, alguns questionamentos - estes, dos mesmos de sempre - que perseguem o fuxico. Isto não é informação ou esclarecedor ao público. Os mais velhos que assim agem o fazem exatamente porque no inicio de suas carreiras não se preparam adequadamente,  e  cairam na rotina de que o importante é intrigar, e não apurar ou tirar lições das entrevistas que sirvam ao público desportivo de esclarecimento com qualidade. Não faz muito escutei um destes veteranos fazer duas frases sintomáticas:

3.1. Não estou aqui para falar bem de ninguém, e sim para falar mal.

3.2. Repórter esportivo que se preze origina crise no vestiário.

4.  UMA NOVA FORMA DE INFORMAR O FUTEBOL. MUNDO MUDOU, os estádios estão se sofisticando - vide ARENA - e a qualidade do público também evoluiu. Esta tática ruma para o fim. O joio irá se separando do trigo naturalmente. Na moderna visão das relações empresariais vigoram os Planos de Qualidade, via criteriosos projetos de planejamento, educação e formação organizacional. Isto está chegando ao futebol, felizmente. Descabem já artimanhas manjadas de alardear de maneira sensacionalista a entrevista. O público está exigindo maior qualidade. É claro, existem os que conseguiram superar esta maneira ultrapassada de agir, estes estão modernos e sendo mais prestigiados. Não é à toa que paramos para refletir sobre o que diz um PVC um ESCOBAR entre muitos,  para não ficar citando os daqui. Entre os daqui, um pioneiro nesta talentosa e moderna maneira de ver o futebol conquistou o nome incorporado à certidão de nascimento: Professor. O Ruy. Não é o único, claro, há outros, vai dar ciumeira, sei,  mas me atrevo a dizer que V Sinott – que também é Professor - está entrando nesta turma se é que já não entrou, que, sem entrar no mérito sobre conceitos de jogo e opiniões - PORQUE SENHORES, CONCEITOS E OPINIÕES SÃO SUBJETIVOS -  tem dado este tratamento cauteloso e bem  profissional ao tema e penso que ele ainda está evoluindo embora não me sinta nenhuma autoridade na matéria, apenas um atento ouvinte e observador  deste apaixonante  tópico que aprendi ou estou tentando aprender no exercício da minha atividade profissional pela aplicação destas metodologias de trabalho com cursos específicos ( sei que certamente discordâncias aqui, sobre o nome ´eleito`,  e é saudável que existam, irão saltitar .... o que importa, porém, é colocar isto em debate para que haja uma imposição atitudinal que os tempos estão pedindo ... e cresçam as exigências porque são a partir delas que se pode aperfeiçoar as posturas e os métodos  ).

É possível, sim, fazer-se jornalismo sem intriga, sem fuxicos, e com QUALIDADE. Mais do que possível, não haverá proximamente outra maneira disto ser feito.   Luxa, pode ter um bilhão de defeitos, mas na coletiva deu uma lição e fechou com chave de ouro quando lhe brindaram com uma perguntinha típica de fofocagem sobre a fuga do Arilson da Seleção. Saiu por cima, com classe. Não sei se ele vai ganhar ou não algo dirigindo o Clube, mas esta contribuição dele, hoje, não tem preço. Imperioso que haja uma pós-graduação urgente na área em que pese alguns nascerem com este talento intrínseco. O enriquecimento cultural do futebol depende disto. No centro do país há mudanças boas nisto. Que se copie o que é bom.

@cajosias

face C JOSIAS MENNA OLIVEIRA